terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Lição do Dia

Dia desses fui vítima de uma peça do destino tão comum, mas que ainda nos pega desprevenidos. Nunca estamos prontos para nos decepcionar com as pessoas.  O homem é o lobo do homem? Quanta amargura no coração, seu Hobbes! Isso eu pensei quando eu tinha 13 anos. Aliás, com 13 anos eu nem entendi a frase direito. Hoje vejo que ele estava quase certo. Estava mesmo era fulo da vida, devia ter acabado de descobrir que a mulher tinha lhe traído com seu melhor amigo. Não era o melhor momento de entrar para a história, você há de convir...
Sim, acontece, sim, você magoa, mas faz parte da vida. Parece um mero reducionismo, mas precisamos deles de vez em quando. Uma pílula ao dia, por favor. Se não, não dá para viver. Ser profundo nos faz mais sombrios e mais brilhantes, porém precisamos de mais simplicidade para não enlouquecer...
A história é a seguinte: Você conhece a pessoa. Ela se apresenta com todos os predicados, mostra-se animada, esconde os defeitos. Você tenta ser clara, dizer o que espera, acredita e aposta. E tudo segue caminhando direitinho até que um obstáculo aparece no caminho. A pessoa segue para o lado contrário ao seu. Como assim? Não estava tudo combinado? Leia atentamente as linhas de cima, caro leitor! Eu me esforcei, juro, fui clara, expliquei as regras, desenhei o que era permitido e o que era proibido! O que deu errado?
Nada deu errado, na verdade. As pessoas entram nas relações com expectativas diferentes, e guardam isso para si, na própria intimidade. Ninguém declara num primeiro encontro que espera casar com a outra pessoa, enquanto o outro está apenas contabilizando mais uma fêmea para sua lista de caçador, ou que espera encontrar uma pessoa legal para trabalhar ao seu lado, investir nela e vê-la crescer, enquanto a própria está pensando em ficar por ali até arrumar um outro emprego que lhe pague mais duzentos reais.
Vamos aprender de vez esta lição para não sermos reprovados nesta matéria: as relações, por mais duradoras que sejam não são eternas, e há de chegar uma hora que os interesses se dispersam e cada um segue na direção que escolheu, ou então a própria vida cuida disso, abreviando a linha do tempo. Nessas horas os sentimentos se misturam, mas precisamos ter maturidade para reconhecer que sentir raiva é inútil e sentir medo é inevitável, mas o mais apropriado é viver o luto do encerramento e depois esperar pelo novo que sempre chega. Sinto muito decepcioná-los, mas a vida não é uma revista de celebridades. Existe sim um lado negro da força que está sempre presente. Não é só contigo, meu amigo, todos vivemos dias difíceis, brigas em família, falta de dinheiro, quilos a mais na balança, decepções. Lição aprendida? Então “bora” para o próximo capítulo.


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