Amor é palavra de rima fácil, é aconchego
em dia de chuva, é suor e é abraço, dia de sol com mormaço.
Quando vem do passado, traz de volta a
infância. Lembrança do amor de outrora, de criança, aquele a quem Platão legou
seu nome.
Amor de noiva, da espera em ser sua, de
coração apertado, abafado nas pontas do véu cor de lua.
Amor de pai, herói das histórias
sussurradas ao menino valente à beira da cama.
Amor de saudade, de quem espera por quem
não veio ou por quem não volta nunca mais.
E aquele que dizem ser o maior do mundo, o amor
que nasce no dia da luz. Amor que não tem fim, que não cabe em si, e que perene
que é, sobrevive a dor, a vida, ao luto. Amor de Maria por Jesus.
É elo que nos une a quem nem conhecemos, é
explosão de repentinas afinidades.
Amor é preocupação em teimosia que não nos
abandona. Nem depois da maioridade.
É régua imaginária que ora limita ora
expande o sentido da vida.
É mistura de gota de chuva com saliva na
língua, e de mãos quentes e úmidas, entrelaçadas.
Amor é a esquina da vida, onde se vive em
suspenso, aguardando o próximo passo.
É coração arrebatado por soluços de
carícias sobre o ser amado.
É o oposto do ódio, esse danado pseudônimo
do amor rejeitado.