De tudo, tinha muito. Sua avidez era um claro sinal de insegurança.
Muitos amigos, um mundo de sonhos, tantos namorados, quantos sapatos. E sua ansiedade era alimentada cada vez que se excedia, que consumia, que engolia mais e mais. Nunca estava satisfeita. Nunca chegava a lugar nenhum. A procura a sufocava, mas estava mesmo era infeliz.
Nada é o bastante para quem não
tem medida.
Até que um dia, sem que tivesse
um único espaço livre em seus armários ou em seu coração se viu obrigada a
doar, a esvaziar, a desinchar e mudar o rumo da sua vida. A vida lhe dizia: Retroceder
ou paralisar, e ela escolheu recomeçar, com menos, mais leve, sabendo que assim
seria mais fácil ir mais longe. O autocontrole era sua nova régua, e um novo
horizonte se abria. Saboreava o suave gosto da satisfação e com ela se
deliciava. Um sopro de felicidade anunciava novos ares, enfim.
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