quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Saudações Natalinas

E lá se vai mais um calendário de mesa para o lixo. Ano findo, lições aprendidas, resoluções de ano novo e todo esse blá, blá, blá natalino. Astrólogos alçados a personalidades em entrevistas nos programas de domingo, simpatias para a virada. Diga aí, caro leitor: qual é a cor da roupa íntima que você vai usar para atrair sorte? E para Amor? Dinheiro? E como vai usar o dinheiro extra de final de ano? As pautas jornalísticas se repetem, cheiram a mofo, à roupa guardada que usamos uma vez por ano.
O espírito natalino me comove. Pessoas estressadas em todos os lugares. Trânsito caótico, lojas inchadas de consumidores endividados, e pedintes por todos os lados. Seu porteiro, seu carteiro, seu jornaleiro: todos se transformam em almas sedentas pelo dinheiro alheio e abusam da criatividade que lhes falta o ano todo para bolar todas as formas possíveis de constrangimento público: caixinhas de natal, bilhetinhos de confraternização em envelopes para serem devolvidos com alguma lembrança, livros de ouro e por aí vai. Somos reféns da cultura consumista americana. Não há escolha, nem opção, o dinheiro ganho tem que ser gasto, com a família, com os colegas, com os amigos, com os desconhecidos, com os pobres, com os órfãos. Precisamos impulsionar a roda da fortuna! O dinheiro precisa girar, e você, meu amigo, como brasileiro, como cristão, deve fazer a sua parte! Dê preferência para as compras de última hora, que é bem mais emocionante, afinal, enfrentar a maratona de final de ano tem o seu mérito. Emende com o churrasco dos colegas de trabalho, com o preparo da receita de peru de algum programa vespertino, com o amigo oculto dos seus amigos de faculdade e, ufa!, complete o programa com uma visita a árvore de natal da Lagoa. Pronto! Agora sim: Feliz Natal!


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