terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Paixões Nacionais

Às vezes confesso que me pergunto se nasci no País certo. Algumas paixões nacionais me são completamente estranhas, por exemplo: futebol, cervejinha e verão. Não vou negar que gosto de uma prainha, mas sob estritas condições. Pouca gente, nada de vento, e calor agradável, sem torrar os miolos a seco. E o mar tem que estar para peixe, gostoso, calminho, propício a nadar até depois da arrebentação. Fora isso, resisto em sair do conforto de um ambiente climatizado com um copo de algo gelado ao alcance da mão. Mas sou daquelas que acaba cedendo e vou à praia muitas vezes para rever amigos, ainda que nenhuma das alternativas acima esteja do meu agrado.
O fato é que me incomoda a sensação de calor, de desconforto que ele provoca e de constrangimento público de ter que socializar quando seu corpo está pouco convidativo a qualquer contato mais próximo. E, todos sabemos, a tropicália gosta de um aperto caloroso, de tapinha nas costas, de segurar no braço. Somos um povo afetuoso, mesmo nos meses em que o Senegal é aqui. Talvez se eu fosse membro fundador da Cervejinha Futebol Clube eu relaxasse um pouquinho mais e apreciasse as “benesses” de um país tropical, afinal, em que outro lugar do mundo a cerveja é estupidamente gelada?
E tem mais outra. Vou morrer sem conhecer o prazer que as pessoas sentem com a vitória de seu time de coração. A ansiedade e a vibração que sentem ao comemorar um gol, a alegria de secar o time adversário. Não basta ganhar, na lógica futebolística, o seu rival tem que perder também. Que sentimento mais nobre, não?
Eu não preciso, realmente, de mais um fator de estresse e de tensão na minha vida, aliás, domingo para mim é o sétimo dia, o dia sagrado de descanso. Então, divirtam-se, people, mas não me convidem para a dobradinha praia (insolação) e futebol (confusão) num domingo de verão. Chega de emoções fortes. Na minha idade, preciso me cuidar!

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