sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Sinais de Deus


Ontem eu briguei com Deus. Eu pergunto, ele não responde. Ele fala, mas eu não escuto, e os tais dos seus desígnios andam me enlouquecendo.

O auge de uma provação me parece ser este, em que questionamos até nossas convicções mais profundas, mas, numa esquizofrenia emocional resistimos a descartá-las morrendo de medo do desafio de encontrar novas para ocupar o lugar vazio.

E assim vamos caminhando, esperando um sinal divino que hesita em aparecer.

Já passei da fase de achar que algo sensacional vai trazer a resposta que busco, que verei luzinhas piscando ou que renas aparecerão trazendo a boa nova. Eu realmente adoraria que estas cenas biblicamente possíveis, mas realisticamente improváveis viessem a acontecer, mas não é por esses sinais que os sinos do divino tocam. E é esse o problema. Como reconhecê-los se não são efusivos, se não nos embalam de uma forma tão arrebatadora que mal conseguimos respirar?

Tenho, ainda, parte da dúvida, e parte da certeza. Acredito que a resposta venha quando sentirmos que sim, chegamos ao lugar certo, é mais uma sensação e um conforto do que um milagre. Mas, para quem, como eu, ainda espera por milagres e sininhos tilintando seria metaforicamente como um sopro de esperança, um afago do espírito santo ou de quem lhe vista as vestes. Essa é a metade da certeza.

A outra metade, que ainda me revira e me aprisiona, é a de que se saberemos reconhecer esta resposta quando ela chegar, e, mais, se ela não chegar, como mudaremos de direção? Apontar que estamos no caminho errado é uma resposta incompleta, como sair dali se não soubermos para onde ir?   

Pergunto, mas respondo. Apostando nesta mesma intuição, que nos faz sentir que estamos onde devemos estar, e indo mais além, ao deixarmos esta zona de conforto que a certeza nos propõe e assumir o risco de escolher uma direção e seguir naquele caminho, mesmo sem saber onde ele vai dar. Se tudo der errado, voltar atrás, ou, mesmo dando certo, mudar a rota se assim o quiser.

E é disso que a vida é feita, afinal, certeza e dúvida, voltar e partir, idas e vindas, até o dia da partida final.

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