terça-feira, 5 de março de 2013

Pare. Pense. E Siga seu Coração

Sinal dos tempos. Na era da informação rápida, do acesso de internet banda larga, do transporte a jato, desaprendemos a esperar. Praticamos a impaciência diariamente, e este treino constante tem feito façanhas: somos ainda mais selvagens do que éramos originalmente, e momentos prosaicos como filas de banco, de supermercado ou de carros aguardando o sinal abrir têm se transformado em arenas públicas para todo tipo de selvageria.
Só quero tempo, não quero mais nada, dizem, sempre correndo, os membros desta manada. A versão homo sapiens pós moderna. “Gosto da vida na versão fast food, dispenso couvert e sobremesa. E por falar nisso, garçom, traz logo a conta?”
Se tudo é tão mais rápido, se a vida deve ser atravessada nesta pressa, para onde vai o tempo que sobra? E o que fazemos com ele?
Não se anime. Poucos sabem tirar proveito deste presente, poucos são os que sabem usar com sabedoria este “extratime” cupom. A maioria se intoxica com mais doses cavalares de ócio na internet, de tempo vazio, sem uso em próprio benefício. E nem estou aqui a falar do exercício da contemplação, do ócio produtivo, que é olhar para si mesmo, refletir, meditar, o dolce far niente tão bem vindo, e que é a força motriz da imaginação, da criatividade, do autoconhecimento, da tão aclamada paz interior.
O tempo que resta é um tempo perdido com consumismo exagerado, com amizades virtualizadas, com preocupações inúteis, com fofoca e preocupação com a vida alheia. Ou seja, desperdício de tempo. O tempo, nunca antes tão precioso, e tão mediocremente banalizado.
Até que um dia, quando nos damos conta do quanto já perdemos, e do que falta de vida para esvaziar de vez nossa ampuleta, acordamos sobressaltados, sensíveis que somos a fragilidade de nossa existência.
Prepare-se, esse dia chega, cedo ou tarde, e para todos, aí vemos o quão inútil é discutir por aquilo que não sabemos aproveitar, e quanto estamos desgraçadamente despreparados para seguir nesta marcha de tempo que se chama vida.
Meu dia chegou. Não pretendo mais duelar comigo mesma, tampouco amamentar ilusões ou devaneios ao invés de viver, simplesmente, para o que realmente vale a pena. Decidi tatuar na minha alma o sentido dos meus dias. Sim, é uma escolha, e é para todo o sempre. 
Desejo fortemente que chegue logo o seu dia e que te libertes de todo o vazio. Amém.
 

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