terça-feira, 13 de novembro de 2012

Vida: Modo de Usar

As vezes dá vontade de parar de pensar. Parar de rodar esta máquina, trocar o óleo, deixá-la contemplativa, em manutenção.
Expurgar as infinitas possibilidades de ação, a dúvida de cada passo dado. Eliminar o “e se” do vocabulário. A tortura mental pelo arrependimento hipotético, daquilo que podia ser e não foi. Livrar-se das amarras deste exercício diário, trocá-lo por uma caminhada matinal, por power ioga, que seja meia hora de pique-pega com o filho já tá valendo.
Não deixar espaço para a cobrança pessoal, para o medo de errar é um desafio e tanto, obra de uma vida inteira.  E sempre haverá a dúvida daninha que insiste em brotar mesmo que sejamos vigilantes. Mas para que tanto drama? O caminho que escolhemos normalmente tem retorno, há chance de rever nossas decisões em quase todos os casos. Bem se vê que, no fundo, o medo é outro, é o de reconhecer que erramos e virar, a esquerda ou a direita, ao invés de seguir em frente.
Do que você tem medo, afinal? De reconhecer seus erros, de ter que explicar-se aos outros, do julgamento alheio? Ei, somos humanos, e faz parte deste script passar por essas fases, é o meio pelo qual se chega a algum lugar, se é que se quer sair do lugar. E nem pense em pular de fase, queimar etapas, tentar um atalho. No final das contas, a vida sempre alcança quem foge dela.
O veneno do julgamento alheio é algo contra o qual nem vale a pena lutar, desperdício de tempo e energia, quase um movimento sem sentido. Se radiografássemos o que está por trás de muitas dessas palavras ficaríamos surpresos com a quantidade de inveja, de ciúmes e de fraqueza que se disfarçam sob a máscara do “bom conselho”. Se precisar de alguma ajuda, procure quem realmente gosta e se importa com você. Para todos os outros, que falem sozinhos, e mordam a língua.        

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