As vezes dá
vontade de parar de pensar. Parar de rodar esta máquina, trocar o óleo,
deixá-la contemplativa, em manutenção.
Expurgar as
infinitas possibilidades de ação, a dúvida de cada passo dado. Eliminar o “e
se” do vocabulário. A tortura mental pelo arrependimento hipotético, daquilo
que podia ser e não foi. Livrar-se das amarras deste exercício diário, trocá-lo
por uma caminhada matinal, por power ioga, que seja meia hora de pique-pega com
o filho já tá valendo.
Não deixar
espaço para a cobrança pessoal, para o medo de errar é um desafio e tanto, obra
de uma vida inteira. E sempre haverá a
dúvida daninha que insiste em brotar mesmo que sejamos vigilantes. Mas para que
tanto drama? O caminho que escolhemos normalmente tem retorno, há chance de
rever nossas decisões em quase todos os casos. Bem se vê que, no fundo, o medo
é outro, é o de reconhecer que erramos e virar, a esquerda ou a direita, ao
invés de seguir em frente.
Do que você
tem medo, afinal? De reconhecer seus erros, de ter que explicar-se aos outros,
do julgamento alheio? Ei, somos humanos, e faz parte deste script passar por
essas fases, é o meio pelo qual se chega a algum lugar, se é que se quer sair
do lugar. E nem pense em pular de fase, queimar etapas, tentar um atalho. No
final das contas, a vida sempre alcança quem foge dela.
O veneno do
julgamento alheio é algo contra o qual nem vale a pena lutar, desperdício de
tempo e energia, quase um movimento sem sentido. Se radiografássemos o que está
por trás de muitas dessas palavras ficaríamos surpresos com a quantidade de inveja,
de ciúmes e de fraqueza que se disfarçam sob a máscara do “bom conselho”. Se
precisar de alguma ajuda, procure quem realmente gosta e se importa com você. Para
todos os outros, que falem sozinhos, e mordam a língua.
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