Vivemos a era
da verborragia exaltada, dos excessos de exclamações, das exasperações inúteis
e recorrentes. As palavras foram rebatizadas e ganharam novo sentido: urgência
virou chiclete na boca daqueles mimados que precisam ser atendidos na hora que
querem, pelo motivo que for. Urgência pode ser usada tanto pelo seu namorado
que não admite ser atendido pela caixa postal do seu celular, quanto pelo seu
cliente que acha que tem prioridade em falar contigo. Aliás, prioridade é a
tendência outono-inverno e primavera-verão: sempre em voga! Prioridade
transformou-se em sinônimo do antigo “sabe
com quem está falando?” ou, em bom português “ tirem essas pessoas da minha frente que mereço ser atendido primeiro,
especial que sou”.
E ainda tem
aqueles que acham que depressão é qualquer “não” que se toma, dos tantos que
existem nesta vida. Se contrariados ou confrontados, caem doentes e se
automedicam com qualquer antidepressivo, dizendo-se em crise. E ai de quem não
mostrar cara de preocupação. Aff!
A genialidade
e a coragem renasceram sob a alcunha de “maluquice”, vocábulo frequentemente mal empregado, usado
para tudo que não seja convencional aos olhos da maioria. E seguem tantos
outros pela desordem alfabética do nosso dicionário de uso pessoal.
Mas atenção: a cura para
o mal é de fácil tratamento: voltar aos bancos escolares ou visitar, vez ou
outra, o Seu Aurélio, para entender, de vez, o real sentido das palavras. E para o arremate: deixar de dramatizar qualquer
probleminha rotineiro, dando os nomes – certos – aos bois que aparecerão pelo
caminho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário